Historicamente, os primeiros trabalhos realizados na área de ciência da informação com a utilização da abordagem quantitativa como método de pesquisa, foram os estudos internacionais de Cleverdon e Lancaster no desenvolvimento de pesquisas com o intuito de verificar o desempenho de linguagens documentárias em Sistemas de Informação na recuperação de informação.

Assim, Cleverdon (1964 apud LANCASTER; FAYEN, 1973, p. 125), definiu seis critérios para a avaliação de linguagens documentárias na recuperação da informação: a) cobertura; b) revocação; c) precisão; d) tempo de resposta; e) esforço do usuário; f) forma da resposta (output ).

Agregado a esses critérios propostos pelo autor para a avaliação de linguagens na recuperação de informação em um sistema de informação, são recomendáveis o emprego dos índices quantitativos de precisão e revocação. Dessa forma, Lancaster (2004) define o coeficiente de precisão como sendo a capacidade de evitar documentos inúteis na recuperação pelo sistema. O coeficiente de precisão (Co. Pre.) é determinado quando o resultado de uma pesquisa é submetido à seleção, pelo usuário, dos registros pertinentes à sua solicitação. Esse coeficiente é medido pela proporção:

Co. Pre. = Nº de referências relevantes recuperadas/Nº de referências recuperadas pelo sistema

Quanto ao coeficiente de revocação (Co. Rev.), o autor define esse critério como a capacidade do sistema em fornecer todas as referências relevantes existentes, medido pela proporção:

Co. Rev. = Nº de referências relevantes e recuperadas/Nº de referências relevantes existentes no sistema
No de referências relevantes existentes no sistema Esse critério é um pouco difícil de se aplicar pois, para obter-se o número de referências relevantes existentes no sistema talvez fosse preciso a realização de uma pesquisa muito genérica sobre um determinado assunto; porém, este não seria necessariamente o intuito normal de um usuário.

Para se verificar o feedback da busca bibliográfica realizada pelo usuário, Lancaster (1996, p. 10), apresenta também considerações sobre a avaliação qualitativa, isto é subjetiva: “A avaliação de um serviço de informação pode ser subjetiva ou objetiva. Estudos subjetivos, baseados em opiniões, não deixam de ser úteis, pois é importante saber o que as pessoas sentem em relação ao serviço” [...].

Dentro dessa proposta, o desenvolvimento de estudos de avaliação que utilizam abordagens cognitivas tornaram-se muito úteis nas diversas áreas do conhecimento, bem como na área da ciência da informação a partir da década de 1970 com o advento do desenvolvimento da informática e das novas tecnologias de comunicação.

Nesse sentido, a exposição realizada sobre alguns estudos metodológicos de avaliações de linguagens documentárias realizados na área de organização e recuperação da informação, como os clássicos Cleverdon (1964) e Lancaster (2004) no desenvolvimento de trabalhos com a definição de critérios e dos índices quantitativos de previsão e revocação, contribuíram para o estabelecimento de parâmetros metodológicos para a avaliação de linguagens.